sábado, 23 de junho de 2007

Sedução



Encontrei uma andorinha literata.De galho em galho me provocava, fazia mil caras, sedução.

Eu, sabiá descolado, sempre nas noites, sempre garanhão, caí ao chão!

E a linda andorinha seguia, pelos bosques me olhava, de rabo de olho piscava.Quando eu virava me lia, me absorvia, sugava...Percebo que a linda andorinha chupou a alma que um dia eu disse estar morta.
Agora bateu uma tristeza! Percebo que, sem querer, enfeitei a mesa para a linda andorinha morrer.

Queria dar a mão, na agonia, beijar a fronte que me fez renascer, mas estou morto a dias, devorado pelos olhos amados, esperando para ser enterrado de tanta tristeza!

Não terei sorte?A vida para mim é morte?Ou sou eu que mato os amores?

Deus!Tire meus olhos, me cegue!Para nunca mais espiar essa febre que de mim se apoderou!
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Me
(foto de Antônio Manuel Pinto da Silva)

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