terça-feira, 19 de junho de 2007

Ame-me querida

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O silêncio era interrompido vez ou outra por um grito ou freada brusca vindo da rua. O quarto era simples, a cama de ferro, lençol branco e jarro de água na cabeceira.
-Oi amor. Demorei muito? Ele chegou perto da cama e puxou o lençol deixando à mostra o corpo miúdo vestido com uma camisola de algodão – Os meus pacientes não me deram folga hoje, fiz três cirurgias.
A moça parecia abatida, inerte, como se estivesse em outra dimensão.
-Ficou chateada? Ora, venha cá. Vou dar o que você gosta.
Rasgou o tecido e o seio descoberto parecia convidá-lo a luxuria com seu bico rosa e durinho. Abocanhou-o enquanto com sua mão procurava seu sexo abrindo a passagem estreita e seca.
-Vamos meu amor, eu sei que você pode fazer mais que isso. Teu ursinho chegou não me deixe com raiva. Penetrou seu membro de supetão e estocou-a uma, duas, três vezes, como se quisesse castigá-la.
A moça continuou apática e isso o deixou mais irritado, virou-a de bruços e fodeu seu ânus como um animal. O sêmen misturava-se ao sangue por entre as coxas alvas.
-Sua vadia. Sempre a mesma coisa. Não faz nada. Nenhum gesto de amor. Gosta de ser machucada.
Novamente excitado se aproximou de seu rosto e disse:
-Vai engolir minha porra hoje.
Algum tempo depois, com o membro mole, limpou-se rapidamente e saiu trancando a porta. Antes se virou e disse:
-Até breve meu amor.
Na garagem ficou de tocaia. Era 7 da manhã, estava na hora. Viu o moço na porta lateral e não hesitou, ligou o motor e saiu em disparada. Acelerou e num só golpe atropelou o rapaz. Com rapidez colocou-o no porta malas e limpou os vestígios de sangue com a mangueira que o faxineiro guardava no cantinho da escada de incêndio.
Calmamente pegou o telefone e discou...
Mais tarde ao chegar á clinica viu uma aglomeração se formando na recepção e quis saber:
-Enfermeira, o que aconteceu?
-A paciente do 318 doutor. Faleceu.
-Como? Estava estável, era coma induzido.
-Estupro doutor. Pelo enfermeiro de plantão. O maníaco a asfixiou com o próprio sêmen. O estranho é que a polícia recebeu uma denúncia anônima em seguida. Parece que o enfermeiro surtou e desapareceu.
-Ninguém sabe dele?
-Ainda não o pegaram. Foi durante a madrugada. Essa aglomeração é dos repórteres. Uns urubus.
-Alguma novidade?
-O de sempre. Dois acidentes e quatro internações.
Dois homens, uma criança e uma mulher.
-Jovem?
-Sim, uns trinta anos.
Seus olhos brilharam.

Me

.(foto de Rui Evaristo)

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