quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Matador de aluguel

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Seu corpo estirado no tapete, marcas de sangue por todo lado. Como fora difícil! Perdi a conta dos golpes, cinco ou seis, talvez. Minha vó já dizia: Praga ruim não morre fácil. O fato é que fez por merecer. Tirou-me de minha casa. Por ti foram noites em um hotel frio e sujo até que a burocracia me fizesse retornar. Pensei que as vias legais te afastariam de mim, enganei-me. Acabei por ter que fazer o serviço sujo. Vi-me sem dinheiro e com o motivo de meus tormentos novamente a minha porta. Ah, mas com certeza por essa você não esperava. Uma mulher frágil e bobona como eu jamais cometeria um assassinato dessa natureza. Pensou assim e se ferrou, matei-te. Com requintes de crueldade e não sabe com que satisfação olho teu corpo agora! Nunca mais terei tua presença asquerosa assombrando meus dias.
Ninguém me faz de boba!
-Alô. É da DDZUM?
-Sim. Quem fala?
-Aqui é da residência 34 da Rua das Flores, Bairro Indaiatuba. Vocês estiveram aqui ontem.
-Claro. A senhora ficou satisfeita com o serviço?
-Uma ova. Quero meu dinheiro de volta. E por favor, mande alguém buscar a ratazana, acabei de matar.